domingo, 16 de março de 2014



E AGORA, O QUE FAZER?

Quem não tem o que fazer fica que nem aquele samba, ‘Quem não gosta de samba? É doente do pé, é ruim da cabeça .....” (ou algo semelhante). O fato é que a vida é pulsante, não para ‘o tempo não pára, não pára não....’
Quando acontece de parar, já era. O monitor mostra uma linha reta. Acabou!
Sentimentos diversos tais como raiva, tristeza, preguiça. Desculpas do tipo é longe, vai estar cheio/lotado, não dá tempo.
Como fazer bonito para você mesma(o)? O que dizer para sua imagem no espelho? Sou assim mesmo ou estou me vendo assim? Sou assim mesmo ou quero parecer assim? Cabelos claro ou escuro? Presos ou soltos? Maquiagem ou cara limpa? Barba ou barbeado?
A família já cresceu e já formou famílias. E você, fica na dependência deles? Lembra quando formou a sua? Almoço de domingo na casa dos pais – conta a verdade - era para poupar trabalho. A presença dos pais estava ali tão à mão que não era notada. Era parte do cenário. E os pais curtiam os filhos como nunca haviam feito, usufruindo o fruto de seus esforços, analisando seus acertos e erros. Se há netos então, ôbaaaa!!! Vociferam alguns. A casa dos avós é um parque de diversões.
De afetos em afetos a vida segue como se pudesse haver um planejamento e a certeza de que assim você quer e assim será.
Todos tem para o momento a fórmula mágica. ̶ Não vou fazer assim pois se não lá na frente vai ficar assado. Como é o lá na frente? Hoje sou assim mas e ano que vem? Como será? Who knows?
Viver o aqui e agora parece simples, creio mesmo que não é para qualquer um pois o que percebo é que a maioria pensa no futuro: guardar dinheiro para a aposentadoria, pagar um bom colégio para dar um futuro melhor para os filhos, guardar para uma emergência, guardar para comprar na liquidação, guardar, guardar, poupar... e aí estoura o cano na cozinha. Quanto transtorno. E agora?
Há poupança até nos afetos: não dar demais para não acostumar; amor demais estraga; carinho deixa a pessoa despreparada pra vida. Já vi amor se transformar em raiva, não aquela do tipo de infidelidade mas você está velho não quero ver você assim, é demais pra mim! Não suporto essas suas repetições! Anda, anda, assim vamos chegar atrasados! Não te pedi para não derramar comida na toalha limpinha?. Será que você ficará assim? Será sua a escolha?
Escolha enquanto há tempo. Escolha ser feliz, viver dentro de suas paixões. Tenha paixões, procure e experimente. Seja uma receita de comida. Ir a um cinema sem companhia. Procurar por grupos de memória, dança, teatro, música, arteterapia, hidroginástica, pilates. Quanto maior a procura mais opções aparecem.
Vamos, mexa-se! Deixa a preguiça de lado, faça um esforço (sei que é duro), vale a pena tentar.
Nem sempre vai dar certo mas tenha a certeza de que tentou e que assim pode experienciar e aprender muitas coisas, abrir seu pensamento, ampliar seu horizonte. Já tentou chegar à linha do horizonte? É por aí, veleje ao sabor do vento, fugindo de tormentas, aportando quando necessário. Faça sua existência valer a pena. Vivencie exemplos que possam ser seguidos e ampliados. Orgulhe-se!
Quer saber mais? Ligue 99804.2135 ou 2578.5205 - SINERGIA PSI!

quinta-feira, 4 de abril de 2013


Ontem, um novo grupo de senhoras começou e minha amiga e parceira presenteou-nos com um lindo texto o qual compartilho pois achei-o muito lindo. Espero que gostem pois estamos adorando esse trabalho. Algo sobre envelhecer...

"Quando vi já estava aqui
Amadurecer... queira ou não queira
Muitas coisas que sonhei ficaram diferentes das que hoje vivo
Outras nem sabia nem imaginei como seriam
Simplesmente são
Aceitação...
Licença básica para amolecer meu coração
Quero seguir na minha caminhada
EnvelheSER...
Sentindo a vida que corre em mim
Amanhecer...
Quero SER o que sou agora
Na plenitude, inteireza do que sou
Viver certa de que posso
Escolher o presente como divino
Escutar meu corpo e minha criatividade
Amadurecer com luz na felicidade."

por Alessandra Correa (março, 2013)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Memória

Estudando sobre memória um artigo em particularmente chamou minha atenção. Logo de início a frase “... assunto está muito em voga nos dias de hoje...” e, trabalhando com grupos de pessoas com mais de 60 anos não pude deixar de fazer um link (no pensamento) entre a teoria e a prática.

O cérebro está sendo severamente estudado e não falta gente para escrever sobre o assunto. Inclua-se aí sobre memória. Se numa conversa falta alguma palavra já tem logo alguém para dizer que o “alemão” está por perto. Será que é assim mesmo?

Memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações. Para alguns estudiosos é a base do conhecimento, para outros é o que nos insere na sociedade tendo em vista que é necessário ter linguagem para ter memória. Já se perguntou alguma vez até que idade pra trás consegue se lembrar de acontecimentos? Dificilmente encontrará alguém que se lembre de algo de antes dos dois, três anos de idade, isto porque nessa fase ainda não temos a linguagem estruturada.

O armazenamento da memória não é mais creditado a todo o cérebro. Estudos que datam de meados do século passado já demonstravam que os processos de memória têm localizações específicas no cérebro humano. Veja bem, há vários tipos de memória e dependendo da questão, uma área do cérebro recebe um estímulo que aciona a memória (é mais ou menos assim). A coisa é complexa!

Memória é uma função que requer atenção. Quando se está com a atenção dirigida para alguma coisa, um assunto específico, lendo ou escutando, a mente trabalha com um processamento de informação chamado de atenção seletiva. Os diversos tipos de memória, para mantê-las ou expandi-las é necessário envolvimento emocional, esforço, energia mental, atenção, interesse etc. Sim, o interesse é muito importante. Lembra-se do tempo da escola, onde decorava a matéria para a prova? Mas o que estudou com interesse, provavelmente, está até hoje em sua memória. Daí a diferença entre decorar e memorizar.

Mas, voltando ao grupo de trabalho, este é formado por senhoras com idades variando de 67 a 84 anos, não que os homens não possam participar mas por alguma razão eles parecem preferir ficar no “clube do bolinha” ou mesmo sozinhos, em casa. Será essa a razão de cada vez mais as mulheres estarem em evidência? Enfim, o trabalho do grupo é estimulante, o aprendizado é constante, surgem assuntos diversos, ideias brotam com facilidade pois há o interesse por coisas novas, há envolvimento emocional e nenhum problema com memória.

É um momento de alegria e relaxamento que o encontro proporciona. Sonhar é bom mas não é só com a cabeça no travesseiro. Sonhar com os olhos abertos, colocar em prática, vislumbrar novas possibilidades é excelente para a mente, para o corpo e para a memória!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O velho e a criança



C. G. Jung dizia “o velho pode aparecer representado sob diferentes formas: mago, médico, sacerdote, professor, avô ou pessoa de autoridade”.

Há diferenças e similaridades entre o velho e a criança. O velho é capaz de decidir; a criança não. O velho é lento; a criança é rápida. A criança brinca; o velho também. O velho é baseado em sua realidade e no que já viveu, faz diferenças entre o que é positivo e o que é negativo.

O mundo privilegia o que é novo. Vejam os manequins, as roupas – modelos e tamanhos. É um excesso de juventude e desprezo pelo que é velho.

Envelhecer é um processo da vida. É quase que inevitável – se está vivo a tendência é envelhecer com tudo o que tem direito, com perdas e ganhos.

O relógio é um marcador de tempo, marca o tempo da vida, marca as lembranças, os momentos de alegrias e tristezas e isso é a vida, isso é viver. O ser humano precisa do tempo para viver, para envelhecer, para saber de si mesmo, o que foi, o que é, o que deseja ser.

O desejo tem que fazer parte da vida em qualquer idade – o desejo de ser criança, de começar tudo de novo, de resignificar, de renascer, de reviver, de renovar. Como disse Einstein “só há duas maneiras de ver a vida: uma é como se milagres não existissem; a outra é como se tudo fosse um milagre”. A escolha está em nossas mãos!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A idade é algo abstrato

Envelhecimento é um processo natural da vida que tem como resultado o desgaste contínuo dos órgãos e tecidos do corpo. O envelhecer (senescência) acontece porque nossas células envelhecem e consequentemente vão funcionando mais lentamente. Todos os processos dentro do corpo vão passando por esse processo.

Até metade do século passado poucos chegavam aos 70 anos, mas hoje é comum chegar aos 90 anos ou mais. Os tratamentos e medidas preventivas tais como parar de fumar, beber com moderação, controlar o peso, fazer exercícios físicos com regularidade, ter um casamento ou relação estável, saber lidar com estresse, proporcionam um envelhecer saudável, afastando em muito o risco de doenças.

A família e a sociedade, de um modo geral, têm uma tendência impor um fim à responsabilidade e à iniciativa das pessoas idosas que passam a ser consideradas insuficientes e incapazes e aí a depressão chega sem aviso prévio, deixando-as com dificuldade de formular seus projetos, sem energia e motivação. Para os filhos surgem as dúvidas sobre o agir e lidar com a queda de produção daqueles que amam.

A velhice é uma etapa da vida que, num indivíduo saudável, é considerada como a idade da sabedoria, onde pode ensinar e aprender (por que não?).

Mas também é nessa etapa que a depressão e o stress se constituem numa realidade importante para quem os vivencia. Lidar com perdas, doenças, aposentadoria, cuidar de netos, separação de filhos são exemplos de fontes de stress. A faixa etária também é um diferencial nessa questão – quanto mais velha maior a dificuldade para lidar com esses problemas, ficando o sujeito suscetível a doenças graves e crônicas, podendo vir a afetar sua qualidade de vida.

Para um indivíduo que está satisfeito consigo mesmo e que tem boas relações com aqueles com quem convive, a idade é uma coisa abstrata, que passa despercebida. Adaptar-se às mudanças, ter projetos, sonhos e persegui-los com amor e respeito é uma receita infalível para um envelhecimento saudável.

Portanto, é melhor começar a se cuidar enquanto pode. Aceitar mudanças pode ser um caminho de sucesso pois manter os mesmos comportamentos só trarão os mesmos resultados. Tenha em mente que envelhecer é uma vitória. Pense nisso!

Esse artigo também pode ser visto em:
http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=211404

terça-feira, 22 de maio de 2012

A saúde do cuidador (familiar) de idosos. Que pessoas são essas que cuidam e precisam de cuidados?

Abaixo dois trechos retirados do artigo escrito por Garbin CAS et al. e publicado em Ciência & Saúde Coletiva 15(6):2941-2948, 2010:
O envolvimento emocional do cuidador com seu trabalho pôde ser observado de ângulos distintos: ao mesmo tempo que proporciona superação das deficiências técnicas, colabora também para a sobrecarga física e emocional de quem presta o cuidado, o que não nos deixa esquecer a importância da preservação da saúde (física, mental e emocional) do cuidador.(p. 2947)
As mudanças advindas da terceira idade levam os idosos, em muitos casos, a necessitar de alguém para auxiliá-los em atividades que antes pareciam de simples execução. Dessa necessidade surge a figura de cuidador de idosos, que em muitos casos passa-nos sob um olhar desatento e sem a devida capacitação, resultando em desgaste tanto para o ser cuidado quanto para o cuidador. Entretanto, hoje no país, pouco se conhece do impacto, sobre o sistema de saúde, de idosos que estão dependentes e necessitam de um cuidador.(p.2942)
Estudos demonstram que há uma preocupação para com os cuidadores de idosos até porque essas pessoas geralmente também são idosas ou membros da família que deixam de trabalhar para ficar em casa. É esposa que cuida do marido; a filha que cuida da mãe; o marido que cuida da esposa; etc. Estatisticamente é maior o número de mulheres que cuidam de alguém, até porque elas vivem mais.
A preocupação é principalmente com relação à qualidade de vida desse(a) cuidador(a) com vistas a favorecer seu bem estar físico e emocional.
O(A) cuidador(a) necessita de ajuda: a) instrumental (outra pessoa que ajude nas tarefas diárias); b) material (aparelhos, remédios, curativos); e c) psicológica (ajudar a refletir sobre a doença e sua evolução) e para uma escuta que auxilie na compreensão e resignificação das situações que se apresentam.
Pessoas que estão vivenciando essas situações devem procurar ter ajuda de outra pessoa nas atividades diárias (dividir rotinas) de maneira a propiciar-lhe tempo para participar de terapias individual e/ou em grupo, ter atividades prazerosas e praticar atividade física que irão ajudar na diminuição do estresse e da sobrecarga.